Morra e seja aceito: Vol. 1 – A alienação como negação da vida
Muitos de nós batemos no peito afirmando nossa superioridade intelectual, felizes por termos substituído as trevas da religião e do misticismo pela luz da ciência e do racionalismo, sem saber que estamos em iludido regozijo no interior de uma armadilha fatal. Julgamo-nos os donos do mundo, seres apartados na natureza, seja porque somos imagem e semelhança do Deus Criador ou porque nossa capacidade racional nos coloca acima dos demais seres e do ambiente que nos cerca, que a nossos olhos não passam de recursos.
Para aqueles ressequidos pelo dogma da racionalidade ou anestesiados por promessas de salvação via alienação, este livro se apresenta como oportunidade de descolamento da rotina que nos condena a um caminho pavimentado de certezas, que nos conduz a lugar nenhum, substituindo todo potencial do vir a ser pelo conforto de ceder. Ceder a qualquer oferta de aceitação.
Em um misto de pesquisa acadêmica e autobiografia, linguagem rebuscada e coloquial, este livro nos faz crer que estamos batendo um papo de bar com um grande pensador, em que nos sentimos desconfortáveis pelas questões levantadas, mas confortáveis por reconhecer no autor, não um distanciamento pedante, mas a proximidade por estarmos diante de alguém que não teme mostrar suas feridas e nos convidar a refletir sobre as nossas.
Instigante, provocadora e reconfortante, esta obra exige uma leitura ativa para os dispostos a colocar a própria experiência de vida à prova, abraçando a existência, rejeitando a alienação, duvidando de uma racionalidade salvadora para acreditar em uma espiritualidade agregadora e positiva permeada não por culpa, medo ou certezas, mas pelo amor.
Alexander de C. Santiago
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