O próximo passo
(…) Ao primeiro toque no corpo sensual da peregrina,
estremeceu tomado pelo instinto animal que subitamente
se manifestou e o embriagou plenamente. O sangue
a fervilhar nas veias latejava descompassadamente; o
cérebro perdera completamente o controle de todos os
membros, e a fraqueza desencadeou-se sobre ambos (…)
O amor quando bem ajustado encanta aos casais
enamorados, desafia o tempo e garante a perpetuação
da espécie humana; porém, se mal compartilhado, ele
pode provocar tragédias ou deixar sequelas irreparáveis.
A chegada dos filhos, geralmente, sinaliza o clima de
harmonia que existe em um relacionamento sadio – isso
desde que esses filhos não sejam frutos de paixões
passageiras! Porém, quando foge ao controle, o amor
revela a sua face mais sombria e pode apresentar
desfechos inesperados, inclusive, como a morte violenta
de uma das partes envolvidas. A idéia de morte seja ela
natural, por doença ou acidental sempre foi muito mal
digerida e raramente aceita pelo homem. O fenômeno da
morte provocada é, infelizmente, recorrente na história
da humanidade, como podemos inferir ao fazermos a
leitura de O próximo passo.
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