O desafio do amanhã

(…) Joana e Fernando chegaram para as últimas despedidas, pouco antes de o caixão baixar à sepultura. Fernando ficou ao lado do pai, segurando em sua mão, e assim permaneceu durante toda a cerimônia do sepultamento.
Ao lado da sepultura, João Paulo muito emocionado — com a testa crispada pela dor — fez um rápido discurso de improviso, despedindo-se da esposa: “Estou vivendo o momento mais triste de minha vida, com a perda da minha querida Márcia. O céu deve estar em festa agora, pronto para receber esta criatura maravilhosa: uma boa filha, uma excelente mãe e acima de tudo, a minha grande companheira nesses últimos quinze anos de minha vida! Estou muito triste, é verdade, mas acima de tudo agradeço muito a Deus por ter colocado esta pessoa iluminada no meu caminho, e que me fez conhecer o verdadeiro sentido da palavra ‘felicidade’. Siga em paz, meu amor… Um dia nos reencontraremos, certamente!”.
Fernando cumpriu o derradeiro ato da cerimônia de sepultamento: ele depositou um botão de rosa vermelha sobre a sepultura de Márcia, em seguida ele juntou as mãos, se agachou e fez a sua despedida com a voz embargada:
— Adeus mamãe! Obrigado por você ser minha mãe… Vou sentir muitas saudades suas!(…)